Poeta, um cidadão do mundo - Espetáculo de poesia, teatro e música


Fotografia @Tiago Fezas Vital


Não sou ateniense nem grego: sou um cidadão do mundo.
Sócrates (470 a. C.-399 a. C.)



Este espetáculo de poesia, teatro e música que estreou a 22 de janeiro deste ano e esteve em cena no CCB até 28 de janeiro pertenceu ao ciclo  "De Zeus a Varoufakis" sendo que este núcleo programático percorreu algumas das ideias e valores que a cultura grega infundiu no solo cultural do Ocidente até à atualidade.
Após ter estreado no Centro Cultural de Belém, o espetáculo Poeta, um cidadão do mundo, passou também pela Estufa Fria de Lisboa, no dia 21 de março, e viajou para Cabo Verde, onde integrou o Tchon-Poesia - Encontro Internacional de Poesia e Poética do Mindelo, no início de Maio.

Ana Sofia Paiva estará de regresso ao CCB nos dias 7 e 8 de Julho, desta vez acompanhada por Sofia Maul, para quatro sessões de Estórias ao fundo do mar - Contos no Jardim.


Sinopse
A palavra poesia vem do grego antigo e significa fazer. Poesia... é ação. Ser poeta é fazer, criar, pensar, construir um mundo novo. Este espetáculo é um ponto de encontro para mudar o mundo; um convite para uma grande assembleia de poetas livres, criadores de vida, que se reunirão para semear ideias, palavras e tomar as decisões mais importantes para o futuro da humanidade.


Fotografia @Tiago Fezas Vital

Nas palavras da autora:

"Inspirados na definição platónica de poesia, unem-se dois poetas que partilham distintas formas de expressão artística (teatro, música, dança, escrita, fotografia) para criar um espaço-útero de diálogo onde todos são convidados a edificar, pedra a pedra, sonhos concretos para um novo mundo. A tentativa de criar um espectáculo-assembleia (partindo, sim, de uma ideia de eclésia alargada a todos os cidadãos e não só a homens, claro está, mas a pessoas comuns de todos os géneros e idades), aspira mais ao apogeu de um Concílio dos Deuses, a uma conferência de pássaros que se juntam para fintar o tempo e inventar soluções para o futuro da humanidade. Em ambiente de tertúlia, vamos evocar, conversar, ler, ouvir, sentir a passagem das horas, a música do coração, respirar palavras e provocar várias ideias. Como vai o mundo? Onde nos dói? O que gostaríamos de transformar? Está ao nosso alcance essa mudança? Todos seremos actores, poetas e deuses neste encontro. Vários materiais concretos e simbólicos estarão à disposição, como vestígios de viajantes, para serem tocados, vividos, entendidos com a razão e os sentidos, amados e questionados colectivamente. Um espaço-útero tão cheio quanto vazio, simultaneamente ordenado e caótico, acumulado de mapas, livros, ideias, memórias, canções, propício à criação poética. Simultaneamente introspecto e aberto ao mundo. Porque o Poeta. Ai, o Poeta… Cabeça de nuvem, pés de raiz, olhos e mãos de compromisso com o mundo à sua volta."

- Ana Sofia Paiva (in Ciclo "De Zeus a Varoufakis", CCB 2018)
(A autora escreve segundo a antiga ortografia)



Fotografia @Tiago Fezas Vital




Ana Sofia Paiva
Fotografia @Tiago Fezas Vital
Atriz, aprendiz e outras coisas. Nasceu em Lisboa, em 1981. O seu primeiro amor, as palavras. Depois, a música. Por fim, o palco. Formada pela Escola Superior de Teatro e Cinema, graduou-se em Teatro e mais tarde especializou-se em Promoção e Mediação da Leitura na Universidade do Algarve. Paralelamente ao seu trabalho de atriz, dedica-se, desde 2008, à narração de contos de tradição oral, dentro e fora de Portugal. É membro do Instituto de Estudos de Literatura e Tradições da Universidade Nova de Lisboa e da cooperativa
Memória Imaterial, trabalhando como investigadora,
transcritora e recolectora de folclore poético e narrativo.


Marco Oliveira
Fotografia @Tiago Fezas Vital
Nasceu em Lisboa, em 1988. É um cantor e compositor com raízes no fado que se move entre o fado e outros universos da música popular e urbana. Enraizado na cultura e na vivência da música tradicional da sua cidade, estudou guitarra clássica no Conservatório Nacional e frequentou Estudos Clássicos na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. É de todo este cadinho de ensinamentos que desponta a sua pluralidade artística enquanto autor, cantor e músico. O amor, a cidade, a despedida, ou a melancolia, são algumas das
temáticas que aborda na sua música, registada em
dois álbuns: Retrato (2008) e Amor é água que corre (2016). 






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